Etapas históricas da Pintura
Há um grande número de pintores neoclássicos, sendo que para se ter uma boa definição estilística-temporal, é possível se ater a três principais: Élisabeth-Louise Vigée-Le Brun (1755-1842) , Jacques-Louis David (1748-1825) e Jean-Auguste Dominique Ingres (1780-1867).
Élisabeth Le Brun
Élisabeth-Louise Vigée-Le Brun, nasceu em Paris, sendo filha de um pintor, do qual recebeu sua primeira instrução. É uma das primeiras mulheres a receber respaldo como artista erudita.
Excelente retratista, chegou a ser convidada para pintar a rainha consorte Maria Antonieta da França, no Palácio de Versalhes. A rainha então comissionou Vigée-Le Brun para fazer outros retratos seus, dos seus filhos e de outros membros da família real francesa.
Neste período fica claro os aspectos na pintura de Le Brun do estilo Rococó em associação à pintura Neoclássica, sendo fácil de serem analisadas em comparação:
Élisabeth-Louise Vigée-Le Brun. Autorretrato. 1782.
Élisabeth-Louise Vigée-Le Brun. Autorretrato com sua filha. 1789.
No autorretrato de 1782, Le Brun mantem as cores leves e frescas do rococó, e seu contraste mais característico (rosa e azul celeste), mas já prenuncia o período neoclássico através de uma composição um tanto rígida e simétrica, além de muita clareza na forma. O olhar da artista é determinado e bastante sereno, transmitindo um equilíbrio bastante controlado.
Através do autorretrato de 1789 percebemos uma composição piramidal ainda mais simétrica e organizada. A rigidez é atenuada pela simplicidade do vestuário (de clara influencia greco-romana), atestando a inserção da artista diretamente na estética neoclassicista.
Jacques-Louis David
Jacques Louis David é o principal artista do período Neoclássico. Sendo o pintor oficial da corte imperial, controlou a atividade artística francesa, pintando fatos históricos ligados à vida do imperador Napoleão.
Através da pintura de Louis David podemos perceber todas as principais características do neoclassicismos, principalmente: historicidade, baseada nos valores greco-romanos e sua pesquisa estético-visual para constituição dos cenários e vestuário nas pinturas de época; parcimônia decorativa e exclusão de elementos supérfluos para a leitura das imagens; clareza de entendimentos das cenas e personagens e; harmonia e equilíbrio composicional.
Jacques-Louis David. O Juramento dos Horácios. 1784.
O Juramento dos Horácios talvez seja a obra mais representativa do Neoclassicismo como resposta estético-ideológica. É metáfora e ilustração dos ideais da Revolução Francesa.
Esta obra de temática inspirada na história da Roma Antiga, reflete os valores estéticos da antiguidade romana, representado três irmãos jurando que lutarão pela República Romana, embora sua decisão seja contrária a de seu pai. A pintura simboliza o princípio segundo o qual o dever público, o sacrifício pessoal e o patriotismo são valores superiores à própria segurança. O pai, mesmo contrafeito, aprova a decisão de seus filhos. A pintura é muito simbólica ao propor também o encargo democrático dado a uma geração nova (filhos), superando assim o antigo regime (pai).
Jacques-Louis David. Madame Recamier. 1800.
O retrato de Madame Recamier reúne uma série de pressupostos do estilo. A pintura é extremamente simples e despojada para um retrato aristocrático, reafirmando assim toda uma moda baseada na antiguidade. Pode ser observado no vestuário, penteado, mobiliário e acessórios a retomada sistemática da mentalidade da Grécia Antiga, reinaugurando um novo modelo de elegância.
Jacques-Louis David. Passagem dos Alpes.1801.
Jacques-Louis David, desde o primeiro encontro, ficara impressionado com o então general Napoleão Bonaparte, e quando este subiu ao trono David solicitou fazer o seu retrato. Pintou várias cenas de Napoleão, sendo o principal Passagem dos Alpes, onde o imperador monta um fogoso cavalo. Esta cena representa toda a campanha imperialista francesa, comandada por um grande líder militarista.
Dominique Ingres
Jean-Auguste Dominique Ingres foi discípulo de Jacques-Louis David, atuando na passagem do Neoclassicismo para o Romantismo, sendo considerado um dos mais importantes nomes da pintura do século XIX. As características marcantes em sua obra são: o caráter ilustrativo e literário, marcados pelo formalismo e pela linearidade; poses escultóricas, com anatomia inspiradas na estatuária grega; além de clareza, conjugada à exatidão nos contornos.
Dominique Ingres. A banhista de Valpinçon. 1808.
Dominique Ingres. Retrato da Princesa de Broglie, 1853.
A banhista de Valpinçon, de 1808, segue o ideário neoclássico de forma quase absoluta. Reconstrói o corpo feminino seguindo a robustez e as deformações da estatuária grega do período clássico, incorporando já elementos exóticos de influência oriental (e esse gosto pelo exótico, poderia ser um prenuncio do estilo posterior, o romântico).
Já em Retrato da Princesa de Broglie, obra bem posterior, apesar da retratada possuir todo os elementos da moda romântica, o quadro é concebido seguindo o austeridade neoclássica, isso pode ser percebido pela clareza do desenho e uma ambientação equilibrada, imersa numa elegância plácida.
Outros Pintores Importantes no Neoclassicismo
Pierre-Paul Prud'hon, Antoine-Jean Gros, Jean Germain Drouais, Jean-Baptiste François Desoria, Karl Briullov, Andrea Appiani, Niccolò Contestabile, Angelica Kauffmann, Leo von Klenze, Thomas Lawrence, John Hamilton Mortimer, Benjamin West e John Singleton Copley.
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