A Pintura de Gênero é um dos subgêneros tradicionais da pintura figurativa. Apesar de sempre ter estado presente na história da arte ocidental, o florescimento da Pintura de Gênero se dá na Holanda barroquista (por volta do século XVII), podendo sua temática ser definida como: representações de ações cotidianas (ofício, passeios coletivos, festas populares etc.). É um subgênero muito importante para análise e reconstrução histórica dos costumes de determinada cultura.
Pintura de Gênero na Arte Brasileira do século XIX
No Brasil, a Pintura de Gênero é "inaugurada" com o francês Jean Baptiste Debret (1768-1848). Esse artista chega ao Brasil em 1816 e, paralelo a outras obras, registra através da aquarela um grande número de cenas do cotidiano urbano carioca.
Jean Baptiste Debret. Aquarela e bico de pena sobre papel. 1818.
Outro artista estrangeiro que registra o Brasil no século XIX é o inglês Augustus Earle (1793-1838). Esse artista passou pelo país três vezes entre 1820 e 1831, registrando várias paisagens e cenas de gênero.
Augustus Earle. "Capoeira". Cerca de 1820.
Em 1821 chega ao Brasil Johann-Moritz Rugendas (1802-1858), contratado pelo barão de Langsdorff para documentar pelo desenho e pintura, de forma secreta, a geografia e espécimes da flora e fauna brasileira. Paralela a sua missão específica de espionagem, registra muito da cultura brasileira do período.
Johann-Moritz Rugendas. "Família de fazendeiros". 1825.
Podemos destacar que a Pintura de Gênero no Brasil, no século XIX, foi realizada por pintores estrangeiros, que produziram imagens onde sempre estava presente o cotidiano do escravo. Nesse período seria impossível não relacionar as atividades rotineiras ao trabalho escravo. Essas obras destacam-se também por se destinarem ao público europeu, que se interessava cientificamente pelo ambiente exótico americano. Neste período, os artistas nacionais estavam voltados, quase que exclusivamente, à pintura religiosa que, no Brasil, era financiada através das encomendas feitas pela Igreja Católica.
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