quarta-feira, 26 de junho de 2013

Gêneros da Pintura

Gêneros Tradicionais da Pintura Ocidental


Tanto definido na história da arte, como no mercado de arte, usa-se uma separação entre pequenos e grandes gêneros da pintura. Essa definição está atrelada a importância do tema (ou conceito da obra) como motivo para debate intelectual.
Tradicionalmente, temos os seguintes gêneros em ordem hierárquica (Academia Francesa), explicados de forma resumida:

Cenas Históricas


Jean Baptiste Debret. Coroação de D. Pedro I. Óleo sobre tela. 340 x 640 cm. 1828.

É considerado o gênero mais relevante. São representações que procuram registrar de fatos históricos relevantes. Possui os subgêneros: Pintura Religiosa, Pintura de Cenas Mitológicas, Pintura de Cenas Literária e Alegoria.


Pintura de Gênero


 
Pieter Bruegel. Casamento camponês. Óleo sobre painel. 114 x 164 cm. 1566-69.

São pinturas que procuram registrar acontecimentos rotineiros (cenas domésticas, festas populares, ofícios etc).


Retrato


Anônimo. Encáustica sobre madeira. Séc I d.C.

O retrato é um gênero que procura representar, de forma naturalista, um indivíduo ou animal. Na hierarquia dos gêneros da pintura está em uma posição intermediária e controversa. Possui os subgêneros: Autorretrato e Nu.


Paisagem

 
Canaletto. Praça de São Marcos com Basílica. Óleo sobre tela?. 1730.

O Gênero paisagem é usado para designar as cenas em que a paisagem predomina sobre qualquer outra figura representada. Seus subgêneros são: Marinas, Panorama, Casarios e Paisagem Campestre.

 

Natureza Morta


Paul Cézanne. Natureza-morta com Crânio. Óleo sobre tela. 54,3 x 65 cm. 1895-1900.

A natureza morta é a representação de seres inanimados (objetos, frutas ou flores). Possui os subgêneros: Vanitas e Florais.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Gêneros da Pintura: Pintura de Gênero

 A Pintura de Gênero é um dos subgêneros tradicionais da pintura figurativa. Apesar de sempre ter estado presente na história da arte ocidental, o florescimento da Pintura de Gênero se dá na Holanda barroquista (por volta do século XVII), podendo sua temática ser definida como: representações de ações cotidianas (ofício, passeios coletivos, festas populares etc.). É um subgênero muito importante para análise e reconstrução histórica dos costumes de determinada cultura.

Pintura de Gênero na Arte Brasileira do século XIX


No Brasil, a Pintura de Gênero é "inaugurada" com o francês Jean Baptiste Debret (1768-1848). Esse artista chega ao Brasil em 1816 e,  paralelo a outras obras, registra através da aquarela um grande número de cenas do cotidiano urbano carioca.



Jean Baptiste Debret. Aquarela e bico de pena sobre papel. 1818.

Outro artista estrangeiro que registra o Brasil no século XIX é o inglês Augustus Earle (1793-1838). Esse artista passou pelo país três vezes entre 1820 e 1831, registrando várias paisagens e cenas de gênero.

Augustus Earle. "Capoeira". Cerca de 1820.

Em 1821 chega ao Brasil Johann-Moritz Rugendas (1802-1858), contratado pelo barão de Langsdorff para documentar pelo desenho e pintura, de forma secreta, a geografia e espécimes da flora e fauna brasileira. Paralela a sua missão específica de espionagem, registra muito da cultura brasileira do período.

Johann-Moritz Rugendas. "Família de fazendeiros". 1825.

Podemos destacar que a Pintura de Gênero no Brasil, no século XIX, foi realizada por pintores estrangeiros, que produziram imagens onde sempre estava presente o cotidiano do escravo. Nesse período seria impossível não relacionar as atividades rotineiras ao trabalho escravo. Essas obras destacam-se também por se  destinarem ao público europeu, que se interessava cientificamente pelo ambiente exótico americano. Neste período, os artistas nacionais estavam voltados, quase que exclusivamente, à pintura religiosa que, no Brasil, era financiada através das encomendas feitas pela Igreja Católica.