quarta-feira, 31 de julho de 2013

Arte Neoclássica

Antônio de Araújo

Introdução




O Neoclassicismo inicia-se na Europa (sendo a França responsável por sua difusão) na segunda metade do século XVIII, sendo uma resposta ao período que o antecede (Rococó). Portanto, como reação aos ideais barroquistas e monárquicos, o neoclassicismo adota como base a cultura da antiguidade ocidental, principalmente baseada na filosofia grega. Assim, todos aspectos formais para a construção da obra seguem os ensinamentos do cânone de Policleto (c. 460 e c. 420-410 a. C.) (através do Doríforo, que é a escultura padrão para a construção do corpo humano).

 Policleto de Argos. Doríforo. C.de 440 a.C.


O Neoclássico é um estilo preponderantemente apolíneo, tendo como principais características a historicidade, parcimônia de elementos decorativos, claridade, harmonia, equilíbrio e ordem.


O século XVIII na França


A França do século XVIII mantinha a divisão em três Ordens ou Estados, típica do Antigo Regime: Clero, Nobreza e Povo, cada qual sendo regido por leis próprias (privilégios). No topo hierárquico estava um rei absoluto, responsável pela justiça,  a economia, a diplomacia, a paz e a guerra.
No reinado de Luiz XVI (1754-1793), através de um crescente desenvolvimento tecnológico, houve uma ascensão econômica da burguesia paralela a um sensível afrouxamento das leis a favor do povo (Terceiro Estado). Esse contexto contrariou o clero e a nobreza, ao mesmo tempo em que não contornou o problema da grande desigualdade social. Nesse contexto, foi impossível conter a Revolução Francesa, sendo 1789, didaticamente, o ano inicial do período Neoclássico.
O Neoclassicismo é uma resposta ao período anterior, adotando os ideais greco-romanos como modelo de justiça e racionalidade a ser seguido.  

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Curso de Desenho de Observação



Conteúdo Programático

Antônio de Araújo







O curso busca desenvolver a acuidade visual e o domínio das técnicas básicas do desenho, objetivando fornecer meios para o exercício das artes plásticas bidimensionais.


Principais tópicos apresentados:

1. História do desenho no Ocidente.
1.1. Natureza-morta.
1.2. Paisagem.
1.3. Figura humana.
2. Apresentação de materiais básicos para o desenho grafite s/papel.
2.1. Papelaria básica.
2.2. Conservação.
3. Construção linear.
3.1. Formas geométricas básicas.
4. Proporção.
5. Composição.
5.1. Regras acadêmicas.
5.2. Recursos expressivos.
6. Luz e sombra
6.1. Variação de tons
6.2. Contraste
7. Textura
8. Perspectiva
8.1. Perspectiva linear
8.1. Perspectiva aérea


Contato:
Antônio de Araújo
Rua Perimetral, 152/ap.104, bairro Calafate, Belo Horizonte/MG CEP 30410-650
tel: (31) 9245 5703
e-mail: araujo@japan.com

sábado, 13 de julho de 2013

Tinta - Têmpera

Componentes da Tinta

Antônio de Araújo

A têmpera se constitui numa técnica de pintura em que a tinta usada tem como aglutinante a gema e/ou a clara de ovos. Normalmente, uma tinta é composta por: Corante, solvente e aglutinante. Assim:

Corantes: Corante é um elemento ou substância química responsável pela cor, podendo ser um pigmento ou uma anilina.
Enquanto os pigmentos são conseguidos diretamente de minerais (ex: azul cobalto, branco de zinco etc) e produzem cores mais estáveis, as anilinas são extraídas de seres vivos (ex: nanquim, suco de beterraba etc) e têm uma durabilidade mais curta.

Solvente: Solvente é a substância, preferencialmente incolor, responsável pela maior fluidez da tinta. (Ex: água, álcool, terebentina etc).

Aglutinante: Aglutinante é o responsável pela fixação da tinta em uma superfície. (Ex: gema de ovos, óleo de alho, óleo de linhaça etc).


História e Uso da Têmpera


Sandro Botticelli. Madonna com Romã ou Madonna e Menino com Sete Anjos. 143,5 cm de diâmetro. Têmpera sobre madeira. 1487.


O uso da pintura a têmpera é algo antigo na arte ocidental, sendo muito usada no final da Idade Média na Europa (séculos XIV e XV). É uma tinta de secagem rápida que, quando composta por uma quantidade menor de aglutinante, produz tons bastante intensos. A partir do século XVI a têmpera vai sendo substituída rapidamente pela tinta a óleo.
Atualmente, usa-se a tinta têmpera pela sua rapidez na secagem e por ser uma tinta atóxica e antialérgica.


Receita de Têmpera



Ingredientes:

1 clara ou uma gema de ovo (sem película).
1 colher de sopa de água.
1 colher de sopa de pigmento em pó (Pó Xadrez).
3 gotas de óleo de cravo ou vinagre.

Preparo:

Misture o pigmento com a clara ou a gema de ovo até ficar bem homogêneo. Pingue o vinagre ou óleo de cravo (é importante como conservante). Acrescente a água (não há uma medida exata. A quantidade de água depende da consistência desejada para a tinta). Coloque em potes bem fechados após o uso.
as de ovos sem a película
*Água (quanto mais água, mais aquarelado)
*Óleo de cravo (ou vinagre)
*Pigmentos (Xadrez em pó ou líquido)
*Potes para armazenar a tinta - See more at: http://nankinn.blogspot.com.br/2009/07/no-semestre-anterior-produzi-meus.html#sthash.XTq6JFAl.dpuf
*Gemas de ovos sem a película
*Água (quanto mais água, mais aquarelado)
*Óleo de cravo (ou vinagre)
*Pigmentos (Xadrez em pó ou líquido)
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*Água (quanto mais água, mais aquarelado)
*Óleo de cravo (ou vinagre)
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quinta-feira, 11 de julho de 2013

Vanitas

Bibliografia: Vanitas


 David Bailly. Vanitas com retratode um jovem pintor. Óleo sobre madeira. 65 x 97,5 cm. 1651.



AIRES, Matias, Reflexões Sobre a Vaidade dos Homens e Cartas Sobre a Fortuna, Ed. Imprensa Nacional, IN.CM, Lxª., 1990.
ALVES OLIVEIRA, Manuel (dir.), et al., Lexicoteca. Moderna Enciclopédia Universal, Ed. Círculo de Leitores. Lxª., 1988.
BIANCONI, Piero, Bruegel, Col. Colecção de Arte Paola Malipiero. Ed. Editorial o Livro, Lxª., 1979.
BREUILLE, Jean-Philippe (dir.); CHASTEL, André (pref.); ANKER, Valentina, et al., Dictionnaire des Courants Picturaux. Tendences, Mouvements, Écoles, Genres, du Moyen Âge à nos Jours, col. Essentiels, Ed. Larousse, Paris, 1990.
BRION, Marcel, L'Art Fantastique, Col. Marabout Université, Ed. Editions Albin Michel, Viviers e Paris, 1968.
CHEVALIER, Jean e GHEERBRANT, Alain, Dicionário dos Símbolos, Ed. Teorema, Lxª., 1994.
FATON-BOYANCÉ, Jeanne, GAUTHIER, Mayalen, BRÊME, Dominique, et al., Largillierre. Un Géant Retrouvé, Col. Dossier de L'Art, Ed. Editions Faton SA, Paris, 1998.
FOUILLOUX, Danielle, LANGOIS, Anne, et. al., Dicionário Cultural da Bíblia, Ed. Publicações Dom Quixote, Lxª., 1996.
GISPERT, Carlos (dir); CLARÓS, Mercè; ROVINA, Jaime, et al., A Arte Universal Através dos Grandes Museus do Mundo, Volm. 6 Museu do Prado II, volm. 12 Museu do Ermitage II, Ed. Resomnia Editores, Edição Portuguesa: Editorial Enciclopédia, Ldª, Mem Martins, 1988.
HUYGHE, René, Larousse Encyclopedia of Renaissance and Baroque Art, Ed. Paul Hamlyn, Librairie Larousse, Paris, 1968.
JULIEN, Nadia, Dicionário dos Símbolos, Ed. Editora Rideel, Ltdª., S. Paulo, 1993.
LANINI, Karine, Dire la vanité à l'âge classique. Paradoxes d'un discours, París, Ed.: Honoré Champion, 2006
LUCIE-SMITH, Edward, Dicionário de Termos de Arte, Ed. Publicações Dom Quixote, Lxª., 1995.
PANOFSKY, Erwin; KLIBANSKY, Raymond; e SAXL, Fritz, Saturno y la Melancolia, Estudios de historia de la filosofia de la naturaleza, la religion y el arte, Ed. Alianza Editorial, Madrid, 1991.
READ, Herbert, Dicionário da Arte e dos Artistas, Col. Lexis, Ed. Edições 70, Lxª., 1990.
REINHARDT, Hans, Holbein, Ed. Éditions Hypérion, Paris, 1938.
REVILLA, Federico, Diccionário de Iconografia, Ed. Editiones Cátedra, Madrid, 1990.
RUGGERI, Ugo, Dürer, Col. Colecção de Arte Paola Malipiero Ed. Editorial o Livro, Lxª., 1979.
SCHNEIDER, Norbert, Les Natures Mortes, Réalité et Symbolique des Choses, Cap. 6 "Les Vanités" (págs 76 a 87), Ed. Benedikt Taschen, Köln, 1991.
TRIADÓ TUR, Juan Rámon (coord.), VIÑALS, Jaime (dir. edit.) ALONSO, Alberto (dir. art.), et al., Tesouros Artísticos do Mundo, volm. VII, Deuses, Reis, e Burgueses. O Período Barroco, Ed. Ediclube, Edição e Promoção do Livro, Ldª., Amadora, 1992.
VILLENEUVE, Roland, La Beauté du Diable, Ed. Berger Levrault, Paris, 1993.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Vanitas

Vanitas: um estudo sobre a brevidade da vida.


Antônio de Araújo

As Vanitas, nas artes visuais, são representações, geralmente pictóricas que, de forma simbólica, buscam expressar a brevidade da vida. Podemos assim dizer que as pinturas de Vanitas são obras conceitualmente alegóricas em forma de natureza-morta (pinturas, onde o motivo principal são flores frutas e/ou objetos).
A palavra latina vanitas pode ser traduzida por vaidade, por algo efêmero e sedutor. Esse tipo de pintura, portanto, busca ser um motivo de reflexão sobre a fugacidade da existência humana. Seguindo as normas da natureza-morta, essas pinturas se restringem a objetos inanimados, mas no caso específico das Vanitas, todos os elementos representados possuem o sentido de dissertar sobre a brevidade da vida e a presença da morte prevalecendo sobre as experiências materiais.
Esse subgênero da pintura desenvolveu-se bastante a partir do séc. XVII, principalmente nos Paises Baixos. Destacam-se os pintores: Pieter Claesz, Pieter Boel, Philippe de Champaigne, Harmen Steenwijk, Jacob de Gheyn, David Bailly entre outros.


Pieter Claesz. Vanitas. Oléo sobre madeira. 39,5 x 56 cm. 1630.



Harmen Steenwijk. Natureza-morta com crânio e cachimbo. Óleo sobre tela. 20 x 26 cm. C.1650.


Jacob de Gheyn. Vanitas. Dimensão não especificada. 1630.




Philippe de Champaigne. Vanitas com tulipa, crânio e ampulheta. Óléo sobre painel. 28 x 37 cm. C. 1650.


Pieter Boel. Vanitas. Óléo sobre tela. 207 x 260 cm. 1663.



Para a interpretação "correta" de uma Vanitas é necessário ter conhecimento sobre os objetos representados e seu simbolismo no período em que a obra foi produzida. O certo é que nunca essas obras se restringem somente a um estudo de composição, luz, textura etc (que poderiam ser objetivos principal de uma natureza-morta convencional). 
Normalmente as Vanitas fazem referência aos cinco sentidos, e em sua degradação. São entranhados então várias elementos visuais para a montagem de um texto subjetivo (Ex: flores vivas e/ou murchas: olfato; frutas frescas e/ou apodrecidas: paladar; crânio: tato; instrumentos musicais novos e/ou estragados: audição; vela acesa e/ou apagada: visão). Vários outros elementos foram incorporados e resignificados por diferentes artistas e em períodos e locais diversos.