terça-feira, 9 de julho de 2013

Vanitas

Vanitas: um estudo sobre a brevidade da vida.


Antônio de Araújo

As Vanitas, nas artes visuais, são representações, geralmente pictóricas que, de forma simbólica, buscam expressar a brevidade da vida. Podemos assim dizer que as pinturas de Vanitas são obras conceitualmente alegóricas em forma de natureza-morta (pinturas, onde o motivo principal são flores frutas e/ou objetos).
A palavra latina vanitas pode ser traduzida por vaidade, por algo efêmero e sedutor. Esse tipo de pintura, portanto, busca ser um motivo de reflexão sobre a fugacidade da existência humana. Seguindo as normas da natureza-morta, essas pinturas se restringem a objetos inanimados, mas no caso específico das Vanitas, todos os elementos representados possuem o sentido de dissertar sobre a brevidade da vida e a presença da morte prevalecendo sobre as experiências materiais.
Esse subgênero da pintura desenvolveu-se bastante a partir do séc. XVII, principalmente nos Paises Baixos. Destacam-se os pintores: Pieter Claesz, Pieter Boel, Philippe de Champaigne, Harmen Steenwijk, Jacob de Gheyn, David Bailly entre outros.


Pieter Claesz. Vanitas. Oléo sobre madeira. 39,5 x 56 cm. 1630.



Harmen Steenwijk. Natureza-morta com crânio e cachimbo. Óleo sobre tela. 20 x 26 cm. C.1650.


Jacob de Gheyn. Vanitas. Dimensão não especificada. 1630.




Philippe de Champaigne. Vanitas com tulipa, crânio e ampulheta. Óléo sobre painel. 28 x 37 cm. C. 1650.


Pieter Boel. Vanitas. Óléo sobre tela. 207 x 260 cm. 1663.



Para a interpretação "correta" de uma Vanitas é necessário ter conhecimento sobre os objetos representados e seu simbolismo no período em que a obra foi produzida. O certo é que nunca essas obras se restringem somente a um estudo de composição, luz, textura etc (que poderiam ser objetivos principal de uma natureza-morta convencional). 
Normalmente as Vanitas fazem referência aos cinco sentidos, e em sua degradação. São entranhados então várias elementos visuais para a montagem de um texto subjetivo (Ex: flores vivas e/ou murchas: olfato; frutas frescas e/ou apodrecidas: paladar; crânio: tato; instrumentos musicais novos e/ou estragados: audição; vela acesa e/ou apagada: visão). Vários outros elementos foram incorporados e resignificados por diferentes artistas e em períodos e locais diversos.


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