domingo, 10 de fevereiro de 2013

História do Grafite II

Grafite: identidade e visibilidade


Antônio de Araújo


O Grafite, como o conhecemos, inicia-se em Nova York no final da década de 1960, sendo uma manifestação artística vinculada diretamente à cultura Hip Hop. Na verdade, o Grafite é tido como uma das quatros expressões do Hip Hop, juntamente com o Break, o Emceeing e o Djing, vinculação que se popularizou nas décadas de 1970 e 80, a partir de filmes como Wild Style (Charlie Ahearn, 1983).
Inicialmente, os executores de grafite escolhiam nomes, ou tags, que eram curtos e fáceis, e que poderiam ser escritos rapidamente. Muito dos primeiros pichadores (pintores que se utilizam da escrita para a construção da imagem) escolheram palavras que representavam a região da cidade em que viviam, como uma forma de marcar um território. Um exemplo foi Taki 183 (morador da Washington Heights, 183, em Manhattan). Taki  183 é considerado o primeiro tagger de Nova York. Taki era mensageiro, e colocou sua marca em todos os percursos que realizava, tanto nas ruas quanto no metrô.

Taki 183?. S/d. Foto deTurzynskiboy.




As tags rapidamente tornaram-se mais elaboradas, como forma de se destacar entre as outras. Quanto mais lugares apareciam as tags, mais as pessoas a viam, e mais famoso se tornava seu executor. De pequenas marcas as imagens começaram a cobrir paredes e/ou portas inteiras. Em 1972 um artista, conhecido como Super Kool 223, fica famoso por criar a primeira obra-prima do grafite. A obra era mais do que apenas uma tag, pois necessitou de um esboço e usava efeitos artísticos mais elaborados, como um preenchimento composto de sombras, esfumaçados e brilhos, tanto fora como dentro das letras. A obra era multicolorida e levou mais tempo para ser criada, no entanto, era muito mais impactante e, assim, deu ao artista muito mais visibilidade.
Ainda na década de 1970, os tagger iriam entrar em estaleiros de trem, onde a Companhia Metropolitana de Trânsito de Nova York estacionava seus metrôs, e cobririam os vagões com imagens bastante elaboradas. Como os trens estavam geralmente desprotegidos (o que tava mais tempo para a feitura das imagens), este foi o lugar ideal para o grafite poder ser aperfeiçoado, e posteriormente ser exibido para milhões de pessoas através de estações de metrô da cidade.


Super Kool 223. Cerca de 1970. New York.

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